26 de fev. de 2016

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Nessa memória, ela era oceano. Era tanto mar, tanto mar que tinha que sair pelos olhos. E se sem querer a língua encostasse, sentia que era salgado, seu imenso oceano.
E vinham em ondas, as lágrimas, num vai e vem quase infinito. Mas findava. E depois de um tempo, vinha a calmaria, uma sensação de que não tinha mais água pra derramar.
Nessa época, era como as marés, todo dia tinha maré cheia e ela transbordava. Sagrado choro, ritual de limpeza onde ia tirando pela água todos os males de seu coração.
O choro parou, eventualmente, porque o tempo é amigo e se soubermos ser pacientes, tudo se acalma. Continuava oceano, mas tranquilo, porque ela era força da natureza e estava mergulhada em sonhos e incertezas.

* Baseado em fatos irreais
** To be continued 

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