28 de jun. de 2010

35

Ela estava prestes a se perder. Estava afundando, se entregando... Amar nunca foi algo fácil pra ela. Tão complicado e tão necessário, pensava.
Dessa vez era diferente. Ela não queria afundar. Porque tinha momentos em que ela curtia a deprê. Ficava deitada na cama sem mexer um músculo sequer, experimentando a vida como um flor. Mas esse não era um desse momentos.
Ela queria racionalizar, queria traçar estratégias, como sempre fazia. Queria ir numa taróloga, numa astróloga, num terreiro. Queria voltar a ter controle da situação, de se precaver. Mas ela estava lutando contra o mundo. E o mundo é muito grande.
Ela agora tinha que fazer o oposto do que vinha fazendo. Ela tinha que soltar as rédeas, curtir o passeio, saborear os imprevistos que fazem da vida algo que vale a pena ser vivido.
Na Chapeuzinho Amarelo tem um jogo. O jogo do contrário, onde a Chapeuzinho transformava em companheiro cada medo que ela tinha. O raio virou orai. A bruxa virou xabru.
Então, foi isso que ela acabou fazendo. Enxugou as lágrimas, pintou as unhas de vermelho, fez a sobrancelha, hidratou o cabelo. Se deixou bonita pra ninguém.
Esse foi um dos muitos passos que ela deu. Ela vivia tentando superar. Se superar.
Ela eventualmente conseguiu. Mas isso já é assunto pra outro capítulo.


* Baseado em fatos irreais
** To be continued

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