12 de nov. de 2010

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Um amigo do trabalho estava muito mal no hospital. Ela foi visitá-lo.

Já estava casada nesta época, mas sabia que se não fosse isso, ele seria um cara que ela se interessaria facilmente.

A amizade deles era feita com um leve flerte. Ela sempre ficava na dúvida se havia mandado os sinais errados ou se estava captando os sinais errados, por que sempre ficava um clima tenso no ar na hora das brincadeiras. Às vezes, ele a deixava sem graça com seus comentários, mas não ao ponto dela pedir pra ele não os fazer mais, já que ficava tudo muito impreciso quanto às reais intenções dele. Ela ficava com medo de parecer esnobe ou tola, além de fazer bem pra ela saber que alguém ainda se interessava.

Quando ela chegou no quarto, ele abriu um sorriso como se fosse improvável vê-la naquele momento. Ela afagou seu cabelos, eles conversaram sobre coisas da editora, sobre os filhos dela e quando finalmente o silêncio pairou no ar ele disse:

- Sabe, por mais otimista que as coisas estejam, eu não sei como vou ficar depois dessa. E como não quero pensar no futuro agora, preciso te perguntar uma coisa que vou me arrepender se não aproveitar este momento... Passei muito tempo imaginado como seria, mas agora preciso saber como é um beijo seu... Posso?

Ela sorriu e enrubesceu o rosto. Se aproximou devagar e deu beijo doce e suave. Não sentiu nada demais, mas ficou feliz.

Depois de algumas semanas ele voltou pra editora e eles nunca mais tocaram no assunto.


* Baseado em fatos irreais
** To be continued

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